MarcosGebara
Psiquiatra Clínico, Forense, Psicanalista, Especialista em Bioética
DOIS CONSULTÓRIOS
O Dr Marcos Gebara, atende em dois consultórios, no Leblon e na Barra da Tijuca.. As consultas têm duração de 55 minutos e em respeito ao paciente não há encaixes na agenda e a pontualidade é valorizada.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
O horário de funcionamento é das 12:00 às 22:00 sendo que às segundas, terças e quintas feiras o atendendimento no consultório do Leblon e nas quartas e sextas na Barra. da Tijuca.
Bem vindo ao website do Dr Marcos Gebara
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OPINIÃO
Nesta sessão você encontrará textos e artigos de opinião escritos pelo Dr Marcos Gebara.
“O que nós Psiquiatras estamos aprendendo
com a Pandemia”
A pandemia vem se prolongando por muito mais tempo do que poderíamos supor inicialmente. O alargamento do tempo e a imprevisibilidade quanto ao término do período de exceção vem trazendo consigo uma sobrecarga de pressões psíquicas de toda ordem. Pessoas vendo seus próximos sucumbirem ante a doença, temerosas quanto à sua própria integridade, submetidas a confinamento prolongado, já sentindo o derretimento da economia com todos os seus corolários, desde empresas falindo sem ter como arcar com suas contas e gerando enorme desemprego, até famílias que já não têm como alimentar seus filhos, vivendo em condições precárias, impossibilitadas de manter o isolamento social. Obviamente, as circunstâncias cada vez mais hostis aumentou sobremodo o “stress” que vem sendo inflingido à população.
A resiliência dos indivíduos frente a tão poderosos fatores estressantes tem limite. Já se configura, inequivocamente, a chamada “quarta onda”, que é a eclosão massiva de transtornos mentais.
O que temos observado, num primeiro momento já em curso, é um “pico” dos transtornos de ansiedade, incidindo tanto sobre aqueles que já padeciam anteriormente, sob a forma de recaídas, como sobre os que jamais haviam apresentado qualquer sintomatologia prévia, cuja predisposição, até então latente, emerge agora sob “stress” tão elevado.
Imaginemos o que acontece com os padecentes de hipocondria, que angariam informações ininterruptas sobre a sintomatologia da doença e “passam a sentir tudo”. Também pautemos os que sofrem de TAG (transtorno de ansiedade generalizada) que, ao serem “bombardeados” diuturnamente com notícias catastróficas e apocalípticas, elegerão “algozes” para justificar o seu martírio permanente. O que dizer então dos afligidos pelo transtorno de pânico, muito mais propensos às crises sob pressão muito maior? E os fóbicos, principalmente aqueles com fobias específicas a contaminação por patógenos invisíveis? Estão em “maus lençóis”. Não podemos deixar de mencionar a entidade mórbida que hoje é um capítulo à parte devido à sua alta complexidade, o TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), mormente aqueles cuja manifestação preponderante se refere às ideias obsessivas de contaminação e rituais compulsivos de limpeza. A incidência apresenta uma curva exponencial.
Num segundo momento, já iniciado, observamos a eclosão dos transtornos depressivos, diante do fato de que os transtornos de ansiedade quase sempre levam à depressão, assim como o stress prolongado. A depressão incapacita e pode matar. O aumento de tentativas de suicídio e casos consumados é alarmante. Outros vêm a reboque. Transtorno bipolar e outros transtornos psicóticos, em menor escala, obedecem a mesma curva.
A dependência química e o uso abusivo de álcool e drogas, assim como a violência doméstica, são igualmente preocupantes e acarretam óbvias consequências altamente deletérias.
Mais à frente, em meses ou anos, inevitavelmente deparar-nos-emos com uma alta ocorrência de TEPT (transtorno de stress pós-traumático).
Face ao exposto, faz-se mister ressaltar a necessidade imperiosa da manutenção dos tratamentos psiquiátricos para aqueles que já o fazem, observando rigorosamente a medicação e as consultas, além da procura imediata de assistência psiquiátrica para aqueles que se vêem acometidos pela primeira vez. Atualmente, durante a pandemia, os pacientes que já estão sob acompanhamento, têm a possibilidade de fazerem suas consultas por via remota, por telemedicina, e receber suas receitas assinadas digitalmente. Para os pacientes em primeiro episódio, para os mais graves ou descompensados, é aconselhável a consulta presencial, visto que os médicos estão a postos, na “linha de frente”, prontos a atender, respeitando todos os cuidados recomendados pela OMS.
Outro aspecto inalienável é a saúde do médico. São os heróis, juntamente com outros profissionais de saúde, que combatem, de “peito aberto” o COVID 19, arriscando sua própria vida e a de seus familiares, muitas vezes sem as mínimas condições de trabalho, em jornadas prolongadas e exaustivas, vendo caírem aqueles com quem estão ombreados na luta e sem garantia de continuar provendo o sustento de suas famílias. Suas angústias e apreensões são, inegavelmente, muito maiores.
Portanto, considerando que a gravidade desta pandemia quebrou toda a nossa “onipotência narcísica” e as nossas fantasias de indestrutibilidade, é premente que nos irmanemos todos na tomada de decisões e atitudes que nos propiciem ultrapassar momento tão nefasto e que, ao final de tudo, nos tornemos mais humildes, solidários e fortalecidos.
Marcos Gebara
OPINIÃO
Nesta sessão você encontrará textos e artigos de opinião escritos pelo Dr Marcos Gebara.
“A Demonização injustificável da Eletroconvulsoterapia”
É profundamente lamentável que o autor da novela “O outro lado do paraíso” no capítulo apresentado no dia 21/Nov/17 tenha retratado uma cena na qual a Eletroconvulsoterapia é aplicada numa paciente de forma tão dissociada da realidade moderna. Na forma em que foi mostrada, incita na audiência a revolta pela barbárie e coerção, aumentando o estigma contra a prática e também quanto à própria doença mental. Ofende a classe médica fazendo representar um “psiquiatra venal que vende um diagnostico falso e prescreve um tratamento errôneo”. Presta um enorme desserviço à população, sendo preferível crer que por ignorância e não por má fé.
A Eletroconvulsoterapia (ECT) é um importante tratamento para alguns subgrupos de indivíduos padecentes de graves doenças mentais. Basicamente, abrange as depressões graves, estados de mania, catatonia e, ocasionalmente, esquizofrenia.
Nos transtornos depressivos graves, a ECT é largamente considerada o mais efetivo método de tratamento, quando comparada a qualquer outra modalidade, mesmo ao amplo espectro de opções farmacológicas, sendo particularmente indicada na presença de sintomas psicóticos delirantes ou catatônicos e, principalmente, risco iminente de suicídio.
A ciência mostra cada vez mais sua importância, e traz modernos recursos para sua aplicação. Foram produzidos, pelas grandes Associações Internacionais e Mundiais da Especialidade, diversos algoritmos para humanizar seu uso. O expresso consentimento do paciente ou responsável legal deve ser a regra, excetuando condições extremas onde o procedimento seja necessário para salvar vidas ou evitar rápida deterioração física ou mental.
Estudos comparando ECT e farmacoterapia resultaram significativamente favoráveis à ECT, assim como os de neuroimagem não demonstraram qualquer indício de que ECT possa causar destruição neuronal. Pelo contrário os mesmos fornecem indícios de neurogênese e neuroplasticidade. A associação de ECT com farmacoterapia nas fases de continuação e manutenção foi superior ao uso de fármacos isoladamente.
].Está fartamente demonstrado que a ECT pode ser muito valiosa no rápido controle de estados maníacos graves e também no tratamento de manutenção dos Transtornos Bipolares refratários, cicladores rápidos e estados mistos. A ECT pode ser considerada uma “poderosa ferramenta” no tratamento de grande parte das emergências psiquiátricas, assim como pode ser decisiva para salvar vidas em certos casos de Síndrome Neuroléptica Maligna, mormente os que não respodem à farmacoterapia específica. A ECT tem demonstrado, ainda, ser de grande valia em alguns casos de TOC, Demência e Parkinson. Cabe ressaltar o bom uso de ECT em condições especiais, como gravidez, idosos e crianças, sempre obedecendo criteriosos cuidados.
Quanto aos riscos, a mortalidade associada à ECT é menor do que aquela associada aos procedimentos menores de anestesia geral, ou seja, 0,00001%, sendo exclusivamente devida a complicações cardíacas. Não há contraindicações absolutas ao uso de ECT, porém deve ser evitada em condições como tumores e infarto cerebrais, arritmias cardíacas graves, portadores de marca-passos, aneurismas, descolamentos de retina, infarto do miocárdio e feocromocitoma. Nos tempos hodiernos não se justifica a prática da ECT sem anestesia, ventilação e monitoração (ECG, EEG, Oxímetro) em ambiente hospitalar específico com recursos apropriados.
Concluindo, mesmo depois de 80 anos, a ECT é um valioso recurso terapêutico para diversas condições psicopatológicas, além de ser um método seguro e bem tolerado. Levando em conta sua inquestionável validade, faz-se mister um esforço no sentido da conscientização pública, visando a desestigmatização.
Marcos Gebara
VÍDEOS E FOTOS
Nesta secção encontraremos alguns vídeos pertinentes a diversos assuntos de relevante interesse na área da Psiquiatria. Podemos entender de forma sucinta os principais aspectos da Depressão, do Pânico, do Trasntorno Bipolar, da Neurobiologia e Tratamento das Psicoses, da Eletroconvulsoterapia, da Genética relacionada ao Psiquismo, Regulação Epigenética e Psicofenótipo, entre outros.
TEXTOS MÉDICOS
Uma seção destinada aos profissionais médicos com material produzido e elaborado pelo Dr Gebara. Estes textos foram publicados em revistas científicas e/ou utilizados em aulas ministradas pelo psiquiatra.
TEXTOS, FOTOS E VÍDEOS
Nas colunas de Textos, Fotos e Videos é possível encontrar alguns textos que foram produzidos pelo Dr Marcos Gebara. Numa linguagem simples, pode ser acessado por leigos e não profissionais de saúde para esclarecer dúvidas e conhecer um pouco mais dos meandoros de alguns assuntos relacionados às patologias e temas psiquiatricos.